Foto: Duda Bairros/ Fotop

 

Três brasileiros encerraram a 43ª edição do Rally Dakar com maestria na manhã desta sexta-feira (16), em Jedá, na Arábia Saudita. O pódio da categoria UTV, na mais perigosa e desafiadora competição off-road do planeta, contou com o co-piloto Gustavo Gugelmin, que se consagrou vice-campeão mundial ao lado do norte-americano Austin Jones, e com a dupla inteiriça de brasileiros Reinaldo Varela e Maykel Justo, que ficaram com a 5ª colocação.

 

A temporada movimentou o maior território árabe na Ásia por 12 dias seguidos, totalizando 7.646km de percurso, com início e término no maior porto do país. Foram 4.767 km de especiais – trechos cronometrados em alta velocidade. Os 2.879 km restantes correspondem aos deslocamentos entre os pontos de largada e chegada em cada um dos doze dias.

 

Realizada dentro de um protocolo de segurança sanitária, a prova impediu que seus participantes abandonassem a caravana durante toda sua realização, reduzindo o risco de infecções pela Covid-19. Isso tornou o que para muitos foi considerada a edição mais "sofrida" de todas, ainda mais difícil.

 

Etapa final

 

No último dia do Dakar, os participantes percorreram um total de 447 km, sendo 247 km de especiais. A dupla de brasileiros conquistou a vitória com a Can-Am XRS Turbo em 2h44min26s, 42 segundos a mais que os poloneses Michal Goczal e Szymon Gospodarczy. Eles já haviam liderado outras cinco especiais entre as 12 disputadas, mas a vitória escapou em todas as oportunidades.

 

“Foi uma sensação maravilhosa vencer hoje, bem no final, depois de tanta luta e esforço neste Dakar, que foi um desafio muito difícil de superar. Se tivéssemos apenas chegado ao final, já estaria satisfeito. Mas acho que essa vitória hoje foi uma recompensa pelo que fizemos até aqui”, disse Reinaldo Varela à assessoria.

 

A edição marcou a estreia da parceria entre os dois. "Maykel foi um parceirão, profissional em todos os momentos e colega que topa qualquer desafio – e tivemos muitos, acredite. Foi muito legal trabalhar com ele”, elogia o comandante. “Foi uma experiência incrível trabalhar com o Varela e atuar pela primeira vez em uma equipe apoiada pela fábrica. Que bom que tudo deu certo e chegamos ao final com uma vitória e ainda entre os cinco melhores na geral. Estou muito feliz pelo que fizemos”, completa Justo.

 

Varela também não poupou elogios aos campeões e a Gugelmin, que ao lado de Jones levantou o troféu de vice-campeão. "Diante disso eu quero sinceramente parabenizar os campeões Chaleco [Francisco Lopez] e Juan Pablo [Vinagre], e também meu amigo e parceiro de tantas provas Gustavo, que chegou em segundo. O que fizeram tem muito valor”, destacou.

 

Na especial, Gugelmin e Jones terminaram o último dia em quinto lugar, com quase 7 minutos a mais que os colegas do Brasil.

 

Final (16/01/2021)

 

1) Reinaldo Varela (Brasil)/Maykel Justo (Brasil), Can-Am XRS Turbo, 247km em 2h44min26s

2) Michal Goczal (Polônia)/Szymon Gospodarczyk (Polônia), Can-Am XRS Turbo, a 0min42s

3) Sergei Kariakin (Rússia)/Anton Vlasiuk (Rússia), Can-Am Maverick X3 Turbo, a 4min23s

4) Aron Domzala (Polônia)/Maciej Marton (Polônia), Can-Am XRS Turbo, a 6min37s

5) Austin Jones (EUA)/Gustavo Gugelmin (Brasil), Can-Am XRS Turbo, a 6min52s

 

Colocação geral

 

1) Francisco Lopez Contardo (Chile)/Juan Pablo Latrach Vinagre (Chile), Can-Am XRS Turbo, 4.767km de especiais em 53h41min02s

2) Austin Jones (EUA)/Gustavo Gugelmin (Brasil), Can-Am XRS Turbo, a 17min23s

3) Aron Domzala (Polônia)/Maciej Marton (Polônia), Can-Am XRS Turbo, a 51min53s

4) Michal Goczal (Polônia)/Szymon Gospodarczyk (Polônia), Can-Am XRS Turbo, a 1h13min58s

5) Reinaldo Varela (Brasil)/Maykel Justo (Brasil), Can-Am XRS Turbo, a 1h27min05s

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