34 anos de Rally Piocerá: o que mudou após três décadas?

20/01/2021

Foto: Gustavo Epifanio

 

O Rally Piocerá - ou Cerapió, como também é chamado - completa 34 anos de existência em 2021. A competição que promove a união Norte-Nordeste leva a competitividade do off-road para o Piauí e o Ceará há mais de três décadas. Ao longo dos anos, milhares de pilotos tiveram que enfrentar os desafios da caatinga e da diversidade que esta vegetação traz: matas abertas e fechadas, secas e úmidas, terrenos extremamente irregulares e as vezes planos - herança do cerrado, que também domina a região.

 

Alguns desses aventureiros passaram pelas primeiras edições, mas não acompanharam os capítulos seguintes. Outros conheceram brevemente a sensação e não voltaram mais. E tem aqueles que não param de surpreender desde o início. Peter Ferreira Neto, hoje com 61 anos, correu pela primeira vez em 1989. Além das motos, o piloto de Enduro de Regularidade passou por outras três categorias: UTV's, quadriciclos e até carros. Sua vasta experiencia na competição o fez 13 vezes campeão.

 

Nostálgico, Neto se recorda de como eram as coisas na década de 80. "As trilhas eram bem mais duras e pesadas do que as de hoje, porque as motos da época eram de performance muito inferior do que as atuais. A estrutura também era muito maior, porque os PC’s de bordo eram presenciais, compatíveis com as motos da época", diz.

 

Apesar da evolução tecnológica, ele conta que a característica principal da competição não se perdeu. "As mudanças são nítidas nas planilhas de navegação. O equipamento, que antes estava na máquina “rallycontrol” agora está nos tablets e smartphones, bem como o sistema de apuração através dos track logger/gps. Mas a competição preserva até hoje o espírito trial turismo, que caracteriza muito bem o Piocerá/Cerapió", fala.

 

Sua história com o Piocerá é longa, mas sua trajetória com o Enduro é ainda maior. Neto participa de competições em todo o país desde o início da vida adulta, conhecendo todo tipo de terreno. "Nas provas que fiz fora do Piauí tive a necessidade de aprimorar meu preparo físico e minhas manhas pra subir serras, e ainda assim a gente sempre traz como experiência pra o Piocerá", finaliza.

 

 

Neste ano o piloto corre na categoria Motos Rally que, segundo ele, "é mais compatível com sua idade". A categoria tem um percurso mais "brando", em que as subidas e os obstáculos são mais amenos. Neste trajeto, as matas são menos fechadas, já que também é por onde passam os veículos maiores. 

 

A competição

 

A história do Rally Piocerá começou em abril de 1987. No início, a prova seria chamada de Enduro da Integração, com o intuito de que apenas pilotos dos estados pioneiros se unissem na prática do esporte, mas as coisas se expandiram e hoje o evento recebe pilotos de todo o país e até de outros lugares do mundo.

 

O Rally carrega esse nome pois os habitantes da região apelidaram a área de Cerapió-Piocerá, já que não se sabe a quem pertence, em decorrência do litígio de limites entre Ceará e Piauí. Quando o início acontece no Ceará, fala-se Cerapió. Quando o trajeto é inverso, Piocerá.

 

Para a edição de 2021, que será realizada de 26 a 30 de janeiro, com largada em Teresina (PI) e chegada em Aquiraz (CE), a organização preparou uma prova desafiadora para todas as modalidades. O roteiro inclui também as cidades de Piripiri (PI), Guaraciaba do Norte (CE), Ubajara (CE), Santa Quitéria (CE), Canindé (CE), Guaramiranga (CE) e Maranguape (CE).

 

Confira o vídeo promocional da edição:

 

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